Por Josiane Acosta e Toni Edson
A atriz interpreta contos africanos advindos da tradição oral e reescritos por autores contemporâneos com publicação em português. Todos os contos permeiam o universo das águas e tratam de temas como solidariedade, respeito, amor, inclusive educação ecológica. Os contos são provenientes da Nigéria, Angola, África do Sul e Botsuana, alguns deles estão presentes no imaginário afro brasileiro em função da cultura de orixás. E é exatamente nesses momentos, que o espetáculo propõe uma aproximação do público num sentido de diálogo, rompendo com algumas amarras da relação palco platéia. Todo o contexto do espetáculo parte de uma menina que pede à sua mãe que lhe conte histórias. Uma prática que já fez parte do cotidiano de muitas famílias e na conjuntura atual, com todo o apelo da mídia e das formas de comunicação, essas aproximações são cada vez mais raras. Sabemos que é também o papel da arte e da escola retomar/resgatar essa atividade tão rica de sentidos e possibilidades de encontro.
Navegando em África de nossos ancestrais, remamos com contos que retratam questões pertinentes ao nosso desejo de humanidade. Contos que encantam, ligados ao universo das águas. Seja rio, mar ou chuva, buscam-se pequenas gotas da afro-brasilidade através de narrativas de orixás. De forma sensível, usando recursos vocais e expressivos, o público é convidado a ver, ouvir e pensar em quantas Áfricas podemos nos banhar. Os contos são interpretados pela atriz Josiane Acosta, licenciada em TEATRO pela UFRGS, sob direção e composição musical de Toni Edson licenciado no mesmo curso pela UDESC e Mestre em Literatura brasileira pela UFSC. Um trabalho composto de mosaico cultural experimentado em Santa Catarina , no Rio Grande do Sul e na Bahia. O espetáculo teve sua estréia no V Encontro de Arte de Matriz Africana (2010) em Porto Alegre e nessa mesma cidade é apresentado no Grêmio Esportivo Ferrinho e Ilê de Xangô Aganju Ibeji.
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